É PRECISO E POSSÍVEL<br>REFORÇAR O PCP E A CDU

«Mais força do PCP e da CDU sig­ni­fi­cará mais in­ter­venção no plano na­ci­onal e local»

Na si­tu­ação in­ter­na­ci­onal pelo seu im­por­tante sig­ni­fi­cado po­lí­tico me­rece des­taque a eleição à pri­meira volta de Fran­cisco Gu­terres “Lú-Olo”, pre­si­dente da FRE­TILIN (que nessa qua­li­dade en­viou uma sau­dação ao XX Con­gresso do PCP), como pre­si­dente da Re­pú­blica de Timor-Leste a quem o Se­cre­tário-geral do PCP en­viou uma sau­dação de que se dá nota nesta edição.

No plano na­ci­onal mais uma vez esta se­mana se evi­den­ciou a si­tu­ação no sector fi­nan­ceiro com as novas e pre­o­cu­pantes re­ve­la­ções sobre o Mon­tepio e as me­didas anun­ci­adas para a Caixa Geral de De­pó­sitos que apontam para o en­cer­ra­mento de cen­tenas de bal­cões e con­se­quente re­dução de postos de tra­balho. Sobre a Caixa Geral de De­pó­sitos, o PCP re­a­firma que o pro­cesso de re­ca­pi­ta­li­zação da CGD deve servir para re­forçar o seu papel no apoio à eco­nomia e à pro­dução na­ci­onal como banco pú­blico e não para, sob as di­rec­tivas do BCE, re­duzir ac­ti­vi­dade à custa dos tra­ba­lha­dores e da di­mensão da sua rede e, por esta via, abrir campo à ex­pansão da banca pri­vada.

Aliás, o BCE, através do seu pre­si­dente Mario Draghi e na linha da inin­ter­rupta acção de chan­tagem e in­ge­rência sobre o nosso País, veio agora exigir mais «re­formas» para «cor­rigir os de­se­qui­lí­brios ma­cro­e­co­nó­micos ex­ces­sivos» acom­pa­nhadas da re­cor­rente ameaça de san­ções a Por­tugal.

Em toda esta si­tu­ação é ne­ces­sário su­bli­nhar a causa fun­da­mental de todos estes pro­blemas e es­cân­dalos: a na­tu­reza do pró­prio ca­pi­ta­lismo e o apro­fun­da­mento da sua crise es­tru­tural.

A perda de so­be­rania mo­ne­tária e or­ça­mental e a des­truição do nosso apa­relho pro­du­tivo são pro­blemas es­tru­tu­rais que im­pedem o nosso de­sen­vol­vi­mento so­be­rano e exigem so­lu­ções e op­ções que im­plicam o rup­tura com os cons­tran­gi­mentos ex­ternos e com a po­lí­tica de di­reita. Exigem a con­cre­ti­zação de uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda que va­lo­rize o tra­balho e os tra­ba­lha­dores, pro­mova a pro­dução na­ci­onal e crie em­prego, as­se­gure o in­ves­ti­mento, de­fenda o di­reito à saúde, à edu­cação e à pro­tecção so­cial, afirme a so­be­rania, pro­mova a jus­tiça fiscal, re­cu­pere para o Es­tado o con­trolo sobre em­presas e sec­tores es­tra­té­gicos, a co­meçar pela banca, ins­creva como ob­jec­tivos a re­ne­go­ci­ação da dí­vida e li­berte o País da sub­missão ao euro, de­fenda o re­gime de­mo­crá­tico e a Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa.

É no com­bate por esta al­ter­na­tiva po­lí­tica que se in­sere a cam­panha que o PCP ini­ciou no Porto no pas­sado dia 9 com a de­sig­nação «Pro­dução, Em­prego, So­be­rania, Li­bertar Por­tugal da sub­missão ao Euro» bem como a cam­panha «Mais di­reitos, mais fu­turo. Não à pre­ca­ri­e­dade» que há muito tem em
curso.

Desen­volve-se a luta de massas com di­versas ac­ções esta se­mana nas es­colas em torno do Dia do Es­tu­dante e, na pró­xima terça-feira, 28, com a re­a­li­zação da ma­ni­fes­tação na­ci­onal da Ju­ven­tude Tra­ba­lha­dora contra a pre­ca­ri­e­dade, pro­mo­vida pela CGTP-IN/​In­ter­jovem. De­sen­volve-se também a acção rei­vin­di­ca­tiva nas em­presas e sec­tores, muitos dos quais com lutas já mar­cadas ou em curso. Avança igual­mente a pre­pa­ração da grande jor­nada de luta do 1.º de Maio a partir das em­presas e lo­cais de tra­balho e as po­pu­la­ções em di­fe­rentes zonas do País travam lutas em de­fesa dos seus in­te­resses e di­reitos.

O PCP con­tinua a co­me­morar o seu 96.º ani­ver­sário em que se in­clui o jantar na Ma­deira no sá­bado pas­sado com mais de 600 par­ti­ci­pantes. Pros­segue também a acção geral de re­forço do Par­tido em que se in­sere, como grande pri­o­ri­dade, a cam­panha na­ci­onal de di­vul­gação do Avante! que se apro­xima do seu termo e re­la­ti­va­mente à qual im­porta re­forçar as me­didas de di­recção ne­ces­sá­rias ao seu êxito.

A pre­pa­ração das elei­ções para as au­tar­quias lo­cais ti­veram an­te­ontem um im­por­tante Acto Pú­blico em Lisboa que contou com a in­ter­venção do PCP, do PEV e da ID e em que se en­quadra o En­contro Na­ci­onal do PCP sobre elei­ções au­tár­quicas, a re­a­lizar no pró­ximo dia 8 de Abril na Aula Magna da Rei­toria da Uni­ver­si­dade de Lisboa.

As elei­ções au­tár­quicas, a que o PCP con­corre no quadro da CDU, são pri­o­ri­dade do tra­balho das or­ga­ni­za­ções do PCP. É pre­ciso tra­ba­lhar para o re­forço da CDU nos ór­gãos do Poder Local. Trata-se de um re­forço ne­ces­sário e pos­sível, que se tra­du­zirá numa me­lhor gestão das au­tar­quias em be­ne­fício das po­pu­la­ções mas com efeitos também na vida po­lí­tica na­ci­onal con­tri­buindo para novos avanços e pro­gressos no plano dos seus di­reitos, sa­lá­rios e ren­di­mentos.

Como re­feriu Je­ró­nimo de Sousa no Acto Pú­blico da CDU, «Mais força do PCP e da CDU sig­ni­fi­cará mais in­ter­venção no plano na­ci­onal e local para dar ex­pressão à de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo, mai­ores pos­si­bi­li­dades a novos avanços e de ir mais longe na po­lí­tica de de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos».